Cerca de 800 trabalhadores e trabalhadoras sem terra ocuparam a sede do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), na tarde da última segunda-feira, no bairro Rodolfo Teófilo, em Fortaleza. A ocupação faz parte da Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária, intitulada “abril vermelho”. Desde o massacre de Eldorado do Carajás (PA), ocorrido em 1996, a data se tornou marco nacional e internacional da luta camponesa pela reforma agrária.
Com o lema “contra a fome e a escravidão: por terra, democracia e meio ambiente”, a jornada organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) tem um caráter de enfrentamento e denúncia contra a fome a escravidão, destacando a reforma agrária como alternativa urgente e necessária para produção de alimentos saudáveis para a população no campo e na cidade.
Pautas
No Ceará, os assentados e acampados reivindicam a imediata reestruturação do INCRA, a criação de uma força tarefa para colocar em cena o debate da reforma agrária, demanda de infraestrutura para os assentamentos, regularização de novos cadastros, a retomada do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (PRONERA) e desapropriação de áreas para fins de reforma agrária. Em relação ao Governo do Estado, o movimento reivindica também a melhoria da infraestrutura dos assentamentos, desenvolvimento da produção com aquisição de equipamentos agrícolas, investimento em projetos produtivos para as famílias assentadas, com objetivo de resolver o problema da fome.
