Anualmente, o povo sertanejo, em Crato, reúne-se para remontar o imaginário popular do bravo vaqueiro que se perdeu na Chapada do Araripe, passando fome, frio e medo por dias nas matas caririenses. Diz a lenda que ele atravessava a floresta em seu cavalo e perdeu-se ao parar para descansar. Pediu socorro aos céus para que alguém aparecesse e o salvasse da fome e da sede. Somente nos seus últimos suspiros de vida é que foi encontrado por outros vaqueiros que por ali passavam. Ali mesmo foi sepultado, juntamente com seu cavalo, e a cruz posta sobre ele é a responsável pela fé de milhares de devotos que anualmente, no dia 25 de janeiro, comparecem para prestigiar e pedir milagres ao vaqueiro da Santa Cruz da Baixa Rasa.
A história do valente vaqueiro é lembrada há mais de 100 anos durante a Festa da Santa Cruz da Baixa Rasa, no Distrito da Baixa Rasa, em Crato, celebrada com missa e festa, fortalecendo cada vez mais a fé dos vaqueiros da região. A data, importante no calendário cultural da cidade, foi tombada em 2015, por lei municipal, como Patrimônio Cultural e Imaterial.
Na edição 2018, mais de 2000 pessoas vindas de diversas cidades da região participaram de uma vasta programação. Dentre estas, 500 vaqueiros para a festa religiosa e cultural que há mais de um século reconta a história de coragem e fé do vaqueiro.
O evento teve início às 7h com concentração de fiéis em frente à Capela do Lameiro, missa e cavalgada. Entre as apresentações culturais da festa, estão o Reisado do Mestre Aldenir, a Banda Cabaçal dos Irmãos Aniceto e a Lapinha da Mestra Zulene. Além da programação oficial aconteceram atividades paralelas, como apresentações de grupos de tradição no local da missa enquanto os participantes aguardavam a chegada dos vaqueiros. Durante à tarde, houve ainda a “Farra dos Vaqueiros”, com muito forró.
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Fonte: Site Esfera W – Foto: Jackson Bantim