Declaração de Temer recebeu criticas de oposicionistas e integrantes da base aliada

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Michel Temer convocou jornalistas no final da manhã de hoje, 13, para dizer que o Executivo não vai blindar nomes denunciados na operação Lava Jato. A declaração oficial sobre a posição do governo em relação à operação, levantou críticas ao Palácio do Planalto dos oposicionistas e até de parlamentares da base aliada, fragilidade e temor por parte do governo.


A iniciativa foi vista como um aceno de que o Planalto já pode ter conseguido acesso a nomes que serão denunciados com a quebra do sigilo das delações premiadas de executivos da Odebrecht – o que se espera que aconteça ainda esta semana.Vem chumbo grosso por aí. Era melhor ele ter ficado calado, afirma um deputado do PMDB.


Segundo Temer, “não se quer blindar ninguém”, daqui por diante quem integrar o primeiro escalão do Executivo e for citado ou denunciado, será afastado do cargo. Caso o resultado das investigações seja arquivado, o titular do cargo será chamado a retornar, mas se for aberto um processo e a pessoa em questão for transformada em réu, será exonerada.


Isso significa que vários ministros poderão ser demitidos em breve: José Serra, acusado de receber R$ 23 milhões na Suíça, Eliseu Padilha, acusado de receber R$ 4 milhões em dinheiro da Odebrecht, e Moreira Franco, que ainda depende da liberação do STF, que também foi acusado de cobrar propinas da empreiteira.


Além desses três, vários outros podem estar na lista da Odebrecht – incluindo o próprio Temer, que foi acusado de pedir e receber R$ 10 milhões, em troca de atender interesses da empreiteira.


O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) demonstra indignação com a declaração de Michel Temer,ora, Temer, você deve estar brincando. Ou está anunciando para o Brasil que deve renunciar. Só numa delação você foi citado 43 vezes, diz Pimenta, lembrando ao peemedebista que “o Brasil te conhece”.


A procuradora da República no Rio de Janeiro Monique Cheker criticou o discurso de Temer, quer dizer: se praticar fato escabroso, inclusive em flagrante, mas não houver denúncia, manterá a pessoa no cargo?, questionou a procuradora Monique Cheker em sua conta no Twitter. “Relativizou a moralidade”, acrescentou.


Já o senador Ronaldo Caiado repetiu o que tinha dissera desde a posse de Moreira Franco.Disse e repito que o presidente errou feio neste episódio. Tentar proteger o Moreira Franco com a criação de um ministério para dar a ele foro privilegiado, além de confissão de culpa, é uma prática condenável, que não deve em nada a governos anteriores. Fica com cara de esperteza. Um erro grave, acusou.