Cearenses vão às ruas em defesa dos direitos da classe trabalhadora e da democracia

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Classe também reafirma posição contra a ruptura democrática no País e leva à periferia de Fortaleza a denúncia de que o maior golpe ainda estar por vir e é contra os direitos do povo trabalhador


Em defesa da democracia e dos direitos da classe trabalhadora, a CUT-CE, a CTB Ceará, a Frente Brasil Popular e o movimento Ceará Contra o Golpe, além de outras dezenas de entidades que compõem a luta em defesa da Democracia convocam a população cearense para participar da atividade estadual do Dia do Trabalhador. O evento terá concentração às 8 horas deste domingo, 1º de maio, na Areninha do Pirambu – antigo Kartódromo. Depois, os manifestantes saem em caminhada pela Av. Presidente Castelo Branco (Leste Oeste), em direção ao CUCA da Barra do Ceará. Ao chegar no equipamento público, artistas, grupos e movimentos sociais locais se apresentarão, com uma rica e diversificada sequência de atividades culturais e políticas.


Para os organizadores, é necessário conhecer e combater as propostas conservadoras do eventual governo, que pode se concretizar através de uma violação das regras constitucionais. “O golpe é contra todos nós, trabalhadores e trabalhadoras, que têm que se somar à luta dos movimentos organizados. O que está em jogo são os nossos direitos, Não podemos ficar reféns do que se publica na grande mídia. As ruas são o nosso lugar e é para lá que iremos no próximo domingo, para um 1º de Maio histórico, a exemplo do que realizamos no ano passado”, avisa Wil Pereira, membro da Frente Brasil Popular e presidente da Central Única dos Trabalhadores no Ceará (CUT-CE).


O presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB-Ceará), Luciano Simplício, que também integra a Frente Brasil Popular, concorda. Para ele, a luta contra o golpe é “vital” para a classe trabalhadora. “Há uma manifestação radicalizada da luta de classes e precisamos estar conscientes disso”, acrescenta.


Ruptura democrática


Além de reafirmar a posição da classe trabalhadora contra a ruptura democrática no País, a mobilização de rua leva para o povo da periferia de Fortaleza a denúncia de que o maior golpe ainda estar por vir e é contra os direitos do povo trabalhador brasileiro. A derrubada de Dilma tem por trás o objetivo de aplicar retrocessos sociais e trabalhistas. É o que está proposto no Programa de Michel Temer, chamado de “Ponte para o Futuro”, que só olha, em verdade, para o passado.


Entre as propostas de Temer, estão: a revisão de direitos expostos na Constituição de 1988; orçamento zero, com a desvinculação das receitas de saúde, educação e transferência de renda; a redução de benefícios previdenciários; a privatização das estatais e entrega do petróleo para empresas internacionais; a terceirização sem limites; a destruição de normas da CLT, com a prevalência do negociado sobre o legislado; o término da política de reajustes reais anuais do salário mínimo e da vinculação do piso dos benefícios da previdência; a reforma da previdência pela via do aumento da idade mínima para se aposentar; a reforma tributária regressiva em benefício dos muito ricos; um ajuste fiscal restritivo para fazer superávits primários; a manutenção da política monetária de juros altos; e o realinhamento com EUA e o neoliberialismo, que tanto sufocou o país e provocou desigualdades.


Entenda o golpe


Alegando um crime de responsabilidade pela prática da chamada “pedalada fiscal” (um procedimento contábil que não constitui crime de qualquer espécie) e expondo um verdadeiro arsenal de preconceitos e objetivos políticos escusos, a Câmara dos Deputados composta em imensa maioria por empresários, ruralistas e conservadores (mais de uma centena deles investigados ou acusados de crimes de corrupção) aprovou no último dia 17 de abril, o prosseguimento do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff.


Agora, o processo está em tramitação no Senado Federal, onde precisa ter a aprovação de ⅔ dos senadores para que a presidenta seja afastada. Se aprovado, quem assume a presidência da República é o vice, Michel Temer (PMDB), citado como beneficiário de propinas no Lava Jato e também acusado da prática de pedalada fiscal.


Na ausência dele, seja por renúncia, morte ou cassação, toma posse o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, réu em processos de corrupção e lavagem de dinheiro e principal beneficiado com a saída de Dilma Roussef, uma vez que este já teve abrandamento em seus processos de cassação após aprovação do impeachment na Câmara. Ambos, mais os tucanos e outros derrotados nas eleições presidenciais, são apontados como patrocinadores do golpe de Estado.


Ironicamente, Dilma Rousseff não possui nenhuma denúncia de crime de corrupção, desvio de dinheiro público, enriquecimento ilícito ou ocultação de contas bancárias no Exterior. Por isso, para os movimentos sindical e sociais, se não há crime, é golpe.


País unido no 1º de Maio


A atual conjuntura política brasileira exige que engrossemos o Ato Unificado 1º de Maio do/a Trabalhador/a, que ocorrerá em todo o País. Todas as manifestações que se seguirão para barrar ataques à democracia, aos direitos e ao patrimônio do povo brasileiro.


Em São Paulo, o evento no Vale do Anhangabaú reunirá representantes de partidos, do movimento sindical e social que estão contra o impeachment. A partir das 10h haverá um grande ato político com presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Durante a programação, estão confirmadas as participações de Beth Carvalho, Martinho da Vila, Detonautas, Chico César e Luana Hansen. Haverá também feira gastronômica, unidades móveis de atendimento, atrações para as crianças e outros serviços à população.


SERVIÇO:


1º de maio em defesa dos direitos dos trabalhadores e da democracia


Concentração às 8 horas, na Areninha do Pirambu (antigo Kartódromo).


Caminhada pela Av. Presidente Castelo Branco (Leste-Oeste) até o CUCA da Barra do Ceará.