Um Brasil de oportunidades. O Sebrae vem trabalhando fortemente para que todas as regiões do país tenham a chance de mostrar seu trabalho. E foi sobre esse investimento que o gerente de Inovação da entidade, Paulo Renato Cabral, falou nessa quarta-feira (15) para o público do Pavilhão Brasil, dentro do Web Summit Lisboa. “Historicamente, há uma concentração da inovação no nosso país. Costumo brincar que é do Trópico de Câncer para baixo. Precisamos potencializar esse ativo no Norte, Nordeste e Centro-Oeste”, provocou o gerente de inovação.
Paulo Renato mostrou como o Sebrae faz o mapeamento para reverter esse cenário. Os programas Startup Nordeste e Inova Amazônia são dois desses caminhos que buscam mudar o quadro em que mais de 70% das startups brasileiras concentram-se no eixo Sul-Sudeste, enquanto o Nordeste tem apenas 5%, o Centro-Oeste 10% e o Norte 4%. “Problema, criatividade e formação é a equação básica para a geração de startups em qualquer lugar do planeta, mas isso não acontece de forma orgânica no Nordeste, mesmo sendo a região que mais forma jovens. Por isso fizemos um programa de indução de negócios inovadores e hoje já geramos 274 startups no Nordeste, de um funil de 3.000”, contou Paulo Renato Cabral.
Ao fim da palestra, o gerente de inovação convidou líderes de ecossistemas para comentarem suas experiências. “Há 17 anos, o Sebrae nos apoia sem falhar. Com a ajuda também do governo de Minas, temos mobilizado toda a sociedade e criado ações que desenvolvam o ecossistema de inovação e permitam mais oportunidades. Em 2006, quando começamos, havia 20 empresas inovadoras em Viçosa. Hoje, mais de 100 empresas compõem o Viçosatec, que tem a participação de todos os agentes da cidade”, explicou Paulo Marcio de Freitas, CEO da Cientec aceleradora de Viçosa (MG).
Inovação e sotaques, na prática
A própria missão técnica para o Web Summit 2023 é um retrato desse investimento do Sebrae. A delegação recorde de 400 empresas promoveu uma conexão dos vários sotaques e particularidades das regiões do nosso país. Uma das representantes dessa diversidade, a professora pernambucana Ana Paula Cavalcanti apresentou o pitch do projeto Sara, app que atua na prevenção da violência contra mulheres de forma revolucionária. “Esse é o tipo de evento em que nos conectamos de verdade. Eu e meu sócio já conversamos com pessoas do Brasil e de Portugal interessadas em parceria”, contou a CEO da startup Aris, que tem apoio do Sebrae PE.
Diretamente de Manaus, os empreendedores da startup Aeroriver chamam a atenção de quem passa pelo Pavilhão Brasil com o seu simulador do projeto Volitan, uma espécie de barco voador que pretende solucionar problemas de transporte na Amazônia, emitindo menos CO2 que as lanchas normais. “A parceria e o apoio do Sebrae tem sido incríveis. Tivemos um grande aprendizado durante a jornada do Inova Amazónia e agora, graças ao Sebrae, estamos participando do Web Summit. Aqui percebeoms que ainda temos muito para realizar, mmas hoje é uma grande oportunidade”, afirmou o engenheiro Túlio Duarte.
As caixas de feira amarelas do Pavilhão Brasil despertaram interesse de pessoas de diversas nacionalidades. Como o norueguês Vasyl Kiryluk, vice-presidente da empresa Gateway.fm, do segmento de blockchain. Encantado com o design criativa do espaço, ele parou para assistir algumas apresentações. “Foi bom parar aqui. Cheguei impressionado com a decoração e saí com bons contatos”, contou o empreendedor, que elogiou a variedade de temas abordados no Web Summit. “É a minha primeira vez aqui e é bem diferente das feiras que costumo participar. Essa variedade dá uma perspectiva ampla para entender o que está acontecendo no mundo”.