Vendas do comércio recuam 1% e têm pior julho desde 2000

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Pelo sexto mês consecutivo, as vendas do varejo brasileiro recuaram. Em julho, na comparação com junho, a baixa foi de 1%, a maior, considerando o mês, desde 2000, quando teve início da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (16).


Em relação ao mesmo mês de 2014, a retração foi ainda maior, de 3,5%. No ano, as vendas acumulam queda de 2,4% e, nos últimos 12 meses, de 1%.


“As vendas do comércio varejista estão 7,2% abaixo do ponto mais alto da série, alcançado em novembro de 2014”, informou Isabella Nunes, gerente de serviços e comércio do IBGE.


A gerente explicou que apesar de julho do ano passado ter sido impactado pelo “efeito Copa do Mundo”, quando ocorreram feriados por causa dos jogos, em 2015, o mês teve o mesmo número de dias úteis do que em 2014. “Isso torna resultado negativo mais relevante.”


De junho para julho, a maioria dos segmentos do varejo registrou queda, com destaque para equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-5,5%) e móveis e eletrodomésticos (-1,7%).


Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que têm maior peso no indicador, teve queda igual à média nacional, de 1,0%. Segundo o IBGE, pesaram nesse resultado os salários menores e o aumento dos preços de alimentos.


Ao considerar o comércio varejista ampliado, que inclui as vendas de veículos e material de construção, o volume de vendas cresceu 0,6%.


Móveis e eletrodomésticos

Em relação a julho do ano passado, o varejo também caiu na maioria dos ramos pesquisados. As baixas mais expressivas foram vistas nos segmentos de móveis e eletrodomésticos (-12,8%); hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-2,1%) e  tecidos, vestuário e calçados (-8,1%).


Segundo Isabela Nunes, a queda de -3,5%, em comparação com julho do ano anterior, “remonta anos de 2003, 2002, ano ruins para o comércio”. Em 2003, a queda em julho, em comparação com o ano anterior, tinha sido -4,4%.


De acordo com o IBGE, a queda das vendas de móveis e eletrodomésticos foi o que mais impactou a taxa geral do comércio. “Por se tratar de uma atividade cujas vendas são associadas, especialmente, às condições de crédito, seu comportamento este ano vem sendo afetado pelo aumento dos custos de financiamento, evidenciado pela elevação da taxa de juros”, disse o IBGE.


A maioria dos estados registrou queda nas vendas do varejo. De junho para julho, as maiores quedas partiram do Amapá (-4,9%) e Minas Gerais (-0,3%). Na outra ponta, cresceu o comércio de Roraima (2,7%), do Pará (1,6%), da Paraíba (1,3%) e do Amazonas (0,3%).


Nos estados do Maranhão, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal, o volume de vendas não variou.


Já na comparação com julho de 2014, as quedas foram vistas no varejo do Amapá (-17,4%) e Ade lagoas (-11,7%).