Coube a Fernando Haddad definir, com a precisão que lhe é habitual, o sentimento que acompanha todos aqueles que são testemunhas vivas de uma das maiores injustiças já cometidas contra um líder popular na história do país. “ Lula livre é Brasil livre”, assegurou o ex-ministro, para reação imediata da militância que participou no último sábado (16) do Encontro Nacional Lula Livre, em São Paulo.
Haddad fala com a propriedade. Encerrar o cárcere político do ex-presidente está no cerne do debate público nacional – com manifestações crescentes também em diversos outros países. “Difícil falar de uma coisa inaceitável que é a prisão de Lula. Todos nós temos respeito pelo projeto que ele representa, pela sua origem. (…) Os lideres mundiais se intimidavam pela presença do Lula.
Intimidação também não entra no vocabulário de Lurian, filha de Lula, outra fortaleza de carne e osso que parece ter herdado a postura do pai para inflamar o povo ao enfrentamento contra as injustiças do país. “Não podemos medir esforços para tirar ele de lá pela honra do Arthur, da Marisa, do Vavá e de toda a nossa família. Não desistam da luta. Cada um de vocês tem sido fundamental para que a gente ainda se mantenha firme apesar de tanta injustiça”.
Pouco antes, a atriz Lucélia Santos já havia sugerido um dos caminhos para ampliar a resistência: “Temos que ser criativos. O Brasil hoje está vivendo uma energia pesada, de morte. Mas os pacifistas têm que ser representados neste Comitê Lula Livre”.
Criatividade é importante, sim, para ampliar o engajamento em torno da maior causa das frentes progressistas do país, mas a esquerda não pode ceder um espaço sequer, conforme indicou o líder do MTST, Guilherme Boulos. “A luta pela liberdade do Lula tem que ser uma luta de toda a esquerda brasileira, de todos aqueles que defendem uma democracia no país. Porque democracia não combina com preso político. O Lula é uma preso político no Brasil”, reiterou, para que jamais esqueçam das razões que motivaram a elite e capitanear uma perseguição criminosa contra o ex-presidente.
Manuela D’Ávila, candidata a vice do PT nas eleições presidenciais sabe disso e recorreu ao famoso poema Faz Escuro Mas eu Canto, de Thiago de Mello, para dar o seu parecer sobre a conjuntura política brasileira: “A perseguição ao PT sempre foi a perseguição a tudo que o campo da esquerda representa, ao que um país desenvolvido representa (…) a prisão de Lula nunca foi apenas a prisão de um ex presidente. Foi a prisão de um sonho”.
Um sonho que, como o próprio Lula imortalizou em discurso, ainda poderá voltar a ser parte da rotina do povo brasileiro.
Só na rua o que é dito é feito
O Encontro Nacional Lula Livre também serviu para apresentar análises mais aprofundadas sobre a situação política do país. Na parte da tarde, quem falou com a militância foi a presidenta Nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann, que não vê outro caminho se não tornar a mobilização por Lula algo ainda maior. “Vamos pra rua. Presidente Lula, vamos provar a sua inocência”, sentenciou.
Gleisi também reforçou a razão pela qual todos que estavam ali estão dispostos a lutar. “Nós levantamos a bandeira Lula Livre porque ela também significa a defesa da soberania. Estão entregando a maior riqueza do País, a nossa Petrobrás. Querer Lula Livre é defender a soberania!”.
Algo semelhante disse o presidente do PSOL, Juliano Medeiros. A luta pela liberdade de Lula é uma luta da democracia e todo o povo brasileiro. Estamos juntos nessa luta!”, declarou.
A deputada federal Jandira Feghali aproveitou para reiterar a necessidade de reforçar a unidade de esquerda. “Não cabe luta de protagonismo agora, é hora de unir a esquerda. Nosso lugar é na rua lutando por Lula Livre. Vamos fortalecer a campanha pela liberdade de Lula com unidade”.
Agência PT de Notícias