O Ceará agora tem 80 mestres da Cultura reconhecidos pelo Governo do Estado

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O número de mestres da Cultura oficialmente reconhecidos pelo Governo do Estado do Ceará, por meio da Secretaria da Cultura, passará de 60 para 80. A ampliação, que representa uma importante conquista da política cultural e da valorização da cultura popular tradicional, foi assegurada através da aprovação, pela Assembleia Legislativa, de mensagem nesse sentido enviada à Casa pelo governador Camilo Santana.


Com a ampliação para 80 mestres da cultura oficialmente reconhecidos, o Governo do Estado cumpre uma das metas do Plano Estadual de Cultura, aprovado em 2016 pela Assembleia Legislativa e sancionado pelo governador Camilo Santana, incluindo diretrizes para a valorização da cultura popular tradicional. Os mestres são reconhecidos como difusores de tradições, da história e da identidade, atuando no repasse de seus saberes e experiências às novas gerações.


Selecionados pela Coordenadoria de Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural da Secult, após apresentação de propostas pela sociedade civil, os mestres da cultura passam a contar com reconhecimento institucional e recebem um subsídio no valor de um salário mínimo mensal, como auxílio para a manutenção de suas atividades e para a transmissão de seus saberes e fazeres. O programa Mestres da Cultura se tornou um referencial do Ceará para o Brasil, recebendo, à época de sua criação, prêmio do Ministério da Cultura, pela qualidade e pelos efeitos da iniciativa.


Uma vez por ano, todos os mestres da cultura oficialmente reconhecidos se reúnem no Encontro Mestres do Mundo, promovido pela Secult. A edição mais recente do evento aconteceu em novembro de 2016, em Limoeiro do Norte, quando os mestres receberam, do reitor e do Conselho Superior da Universidade Estadual do Ceará (Uece) o título de notório saber em cultura popular.


Os mestres da cultura também tiveram papel de destaque na Bienal do Livro, realizada pela Secult em abril deste ano. Diariamente uma roda de mestres chamou atenção do público, reunindo de dois a três mestres para falar de suas experiências, trajetórias e saberes, em sintonia com o tema da Bienal, “Cada pessoa, um livro; o mundo, a biblioteca”.


Valorização e ampliação


O secretário da Cultura, Fabiano Santos Piúba, ressalta a importância do aumento do número de mestres da Cultura reconhecidos pelo Estado. “Essa lei implica que possamos realizar, através de editais, a ampliação do número ainda este ano com 10 novos mestres e, em 2018, mais 10. Assim, estamos reconhecendo os saberes e fazeres tradicionais dos nossos mestres, enfatiza Fabiano.


“Além disso há a questão do documento de identidade cultural, que foi uma reivindicação deles mesmos em outubro do ano passado, no Encontro Mestres do Mundo, em Limoeiro do Norte. Por fim, estamos em diálogo com escolas e universidades, a Uece, Urca, UFC para que os mestres, que receberam em outubro o título de notório saber em cultura popular pela Uece, possam dar mais aulas, espetáculos, rodas de saberes, de modo permanente.


Plano Estadual de Cultura


No dia 5 de novembro de 2016, o governador Camilo Santana sancionou a lei do Plano Estadual de Cultura, aprovada pela Assembleia Legislativa, definindo as metas e diretrizes para a política cultural nos próximos 10 anos.


O Plano Estadual de Cultura traz, entre suas diretrizes, o investimento em cultura de pelo menos 1,5% do orçamento do Poder Executivo; o aumento de 60 para 80 Mestres da Cultura oficialmente reconhecidos pelo Estado; o reforço à política para as artes; a maior presença da política cultural no Interior; criar e implementar um Sistema Estadual de Patrimônio Cultural; o crescimento, até 2024, para 600 do número de Pontos de Cultura em funcionamento no Estado.


O documento segue os princípios do Plano Nacional de Cultura, como diversidade cultural, direito de todos à arte e à cultura, valorização da cultura como vetor do desenvolvimento socioeconômico.