Chico Buarque conseguiu no início deste mês uma decisão judicial favorável a ele na ação que move contra Ratinho. O apresentador relacionou o cantor à Lei Rouanet numa declaração veiculada em rádio. Agora, Ratinho tem prazo para cumprir a ordem da Justiça.
Em decisão do dia 2 de outubro, o juiz Victor Agustin Cunha Jaccourd Diz Torres, da 41ª Vara Cível do Rio de Janeiro, determinou que Ratinho tem cinco dias para se retratar do que falou ou provar a veracidade de suas palavras. Ou seja: ao menos em teoria, o prazo se encerrou ontem terça-feira, 7, mas não há informação de quando (ou mesmo se) o apresentador foi notificado.
À época da divulgação da participação de Chico Buarque nas manifestações contra a PEC da Blindagem, Ratinho fez declarações sobre o compositor em sua rádio, Massa FM.
No dia 15 de setembro, o apresentador falou
“Chico Buarque ser de esquerda é fácil. Bebe champanhe, come caviar. O Caetano Veloso ser de esquerda é fácil, come caviar, mora no Rio de Janeiro, pega dinheiro da Lei Rouanet, aí é fácil.”
O youtuber Thiago Asmar (conhecido como Pilhado) e a suplente de vereadora Samantha Cavalca (PP-PI) também foram acionados judicialmente — e a Justiça conferiu a eles o mesmo prazo para se retratar ou provar o que disse. Dos três, apenas Asmar se manifestou. Ao Estadão, afirmou:
“Não tenho conhecimento de nenhuma ação contra minha pessoa, não tendo sido notificado ou cientificado de nada a respeito.”
O processo de Chico Buarque contra Ratinho
O processo que Chico Buarque move contra Ratinho é por divulgação de fake news sobre ele. O compositor já negou o recebimento de recursos da Lei Rouanet.
Na decisão judicial, a ordem do juiz é para que Ratinho se retrate ou comprove o que falou “notadamente quanto ao recebimento, pelo autor, de recursos públicos da Lei Rouanet ou das gestões do Partido dos Trabalhadores”.
As manifestações aconteceram posteriormente às falas de Ratinho, no dia 21 de setembro. Em Copacabana, Chico Buarque se juntou a outros artistas, como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Djavan, Lenine, entre outros, para se apresentar durante protesto que reuniu uma multidão na orla da praia carioca.
