I Festival Ceará Voador: “O Medo Tá Foda”, de Esaú Pereira, vence o festival, levando o prêmio de Melhor Curta

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A primeira edição do Festival Ceará Voador, voltada para o cinema, foi encerrada na noite deste sábado, 10/5, na sala 2 do cinema do Centro Dragão do Mar, com a exibição dos últimos filmes da mostra competitiva de curtas-metragens, seguida de debate com os realizadores. O filme vencedor foi anunciado pouco depois, na festa de confraternização do festival, no Verdura, na Praia de Iracema. “O Medo Tá Foda”, animação dirigida por Esaú Pereira, foi o grande vencedor da mostra competitiva.

Os longas “Todas as Vidas de Telma”, de Adriana Botelho, do Cariri, e “A Luta de Nzinga”, de Eduardo Cunha Souza, de Fortaleza, receberam o Troféu Homenagem do festival, que teve início na segunda-feira, 5/5, com muita emoção no encontro de idosas e idosos, moradores do Poço da Draga, nas duas oficinas de cinema, realizadas na sede da ONG Velaumar, e contou com a etapa de exibição de filmes, sempre seguidos de debates, de quinta a sábado, no cinema do Dragão.

Em “O Medo Tá Foda”, animação dirigida por Esaú Pereira, curta produzido por egressos do Curso de Audiovisual da Universidade de Fortaleza e da Escola Porto Iracema das Artes, o personagem Revo, em um cenário desértico e ensolarado, se vê envolvido em uma situação que o leva a uma jornada de fuga, durante a qual conhece diversas pessoas que lhe oferecem conselhos para superar seus medos. A animação começa com o furto de um “dindin” e se passa em um cenário desértico e apocalíptico, com referências à cultura e ao cotidiano das “periferias” cearenses. A história explora o tema do medo e como lidar com ele, utilizando a ficção científica como ferramenta.

Esaú Pereira cresceu no bairro Jardim Iracema, em Fortaleza. Dirigiu os curtas “AoMar” (2016) e “Então Eu Danço” (2021), além da série documental “Mestres do Mundo” (2022, com Lourdes Macena). Fundou a Studio Zonzo, produtora especializada em animação 2D e 3D, e atualmente trabalha na direção de animação do longa-metragem “Glória e Liberdade” e da série infantil “O Faz de Conta do Sítio” (Moçambique Audiovisual). “O Medo Tá Foda” é o primeiro curta de animação em que assina, além da direção, o roteiro

Um Ceará Voador na tela

Para Sara Síntique, o “Ceará Voador”, nome que lhe foi sugerido e que ela recebeu como presente do escritor e amigo Manoel Ricardo de Lima, é o Ceará que sonha, que voa, que sempre foi muito vanguardista.

“Pra mim o festival é um voo, gerado pelo sonho. Quando a gente senta numa cadeira de cinema pra assistir a um filme, a gente tá ali imaginando, voando. E é uma imagem que tem a ver com todas as artes, que envolve o pioneirismo e a ousadia do cearense, como no voo do pavão misterioso de Ednardo, de sonho, imaginação, ousadia”, relaciona.

“O cinema cearense está voando longe, se destacando nos festivais nacionais e internacionais, ganhando prêmios. A gente acredita muito no cinema e na educação cearense, exemplos pro Brasil todo. A arte produzida no Ceará é uma pauta cada vez mais importante, sem nenhuma restrição ao que é feito fora, mas com a missão de mostrar o que temos aqui”, ressalta a diretora do festival.

Outro destaque foi para a presença de produções de realizadores do Interior do Estado, incluindo municípios como Juazeiro do Norte, Tianguá, Icó e Aracati.

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