Em um dia histórico para os comunistas do Brasil, o PCdoB e o PPL realizaram, neste domingo(17), congressos extraordinários para aprovar a união dos dois partidos. A partir de agora as duas legendas se unem numa só: o PCdoB, culminando um rico processo iniciado há cerca de cinco meses. Nesta segunda-feira será encaminhado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o pedido para que a corte homologue a incorporação.
Os congressos foram realizados na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e, em clima de grande entusiasmo, os delegados oriundos de todos os estados brasileiros aprovaram a proposta de incorporação do PPL ao PCdoB apresentada pelas direções dos dois partidos. Também foi aprovada a ampliação do Comitê Central, que passa a contar com 170 membros, e da Comissão Política Nacional, agora composta por 41 integrantes. Ao final dos congressos, o Comitê Central recém-eleito reuniu-se para eleger os novos integrantes da Comissão Política Nacional, assim como da nova Comissão Executiva Nacional, da qual passou a fazer parte, como um dos dois vice-presidentes, Sérgio Rubens, que até este domingo presidia o PPL.
Após a abertura e aprovação do regimento do Congresso, a presidenta do PCdoB, Luciana Santos, fez um pronunciamento em que destacou a relevância histórica dos dois congressos. “No dia de hoje damos um passo a mais na construção de um partido forte, com solidez ideológica, flexibilidade e amplitude tática, que compreenda a natureza e os anseios do nosso povo. Uma força organizada, com ampla militância em distintas esferas da sociedade e com unidade política e de ação”, afirmou Luciana. Sérgio Rubens também se pronunciou no inícios dos trabalhos e ressaltou a importância de concentrar forças para enfrentrar os desafios em face da posse do governo Bolsonaro. Para ele, é necessária a construção de uma frente que una amplos setores para derrotar a agenda do governo, com destaque para a reforma da previdência.
Em seguida se falaram Orlando Silva, atual líder do PCdoB na Câmara dos Deputados; João Vicente Goulart, ex-candidato a presidente da República; Irapuan Santos, então presidente do PPL-RJ; Jandira Feghali, líder da Minoria na Câmara dos Deputados; Márcia Campos, da Confederação de Mulheres do Brasil; Manuela d’Ávila, ex-candidata a vice-presidenta da República; Nilson Araújo, professor e ex-presidente da Fundação Cláudio Campos; Renato Rabelo, presidente da Fundação Maurício Grabois; Ildo Sauer, professor da USP e ex-diretos da Petrobras e Flávio Dino, governador do Maranhão.
Encerrados os trabalhos dos dois congressos, foi realizado o lançamento do livro “Revolução Laura”, de Manuela d’Ávila.